EXPOSIÇÃO: A POPULAÇÃO DE AVEIRO ESTÁ REVOLTADA COM ESTA ESTÁTUA

O falo em cerâmica, da autoria de Umbelina Barros, que se encontra desde o início desta semana em exposição na Praça do Peixe, irá ser retirado nos próximos dias.

DESMONTADA

De forma mais intensa durante o dia de ontem, a vereadora da Cultura da Câmara de Aveiro, Maria da Luz Nolasco, foi confrontada com os protestos das peixeiras contra a instalação da peça no interior do mercado. Perante os protestos e a discórdia instalada, a vereadora admitiu que “se não querem, não há problema nenhum em retirar, não vale a pena violentar as pessoas”, disse ontem ao Diário de Aveiro. Para a vereadora, os protestos devem-se a questões culturais, conflito de gerações ou um tipo de arte que ainda expressa “pudor” e mostra um “conservadorismo que temos de respeitar”. Mas estas não são as razões apontadas pelas peixeiras que recusam conviver com a peça, junto às bancas da venda de peixe. Foram várias as que não gostaram, dizendo que se trata de uma “falta de respeito” e pelo facto de “parecer mal”. É um acto “ordinário” e não gostaram de ver os turistas a passarem, olharem e “rirem-se”.
Contudo, a vereadora diz ter “pena” de não se manter ali. Outra razão para a retirada da peça prende-se com razões financeiras, no sentido de evitar a necessidade do pagamento de horas extraordinárias para manter um funcionário junto do falo.
A peça, que integra um conjunto intitulado “A Garrafa, os Percebes e a Imagem”, mede 2,47 metros e foi escolhida para promover a Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro que abre amanhã. O conjunto completo não fará parte da Bienal mas os percebes (um crustáceo que tem forma idêntica a um falo) podem ser apreciados no Museu de Aveiro.

Um falo das Caldas com 2,47 metros e percebes em cerâmica construídos por Umbelina Barros no âmbito da defesa do seu mestrado em Artes Plásticas na Escola Superior de Arte e Design (ESAD) das Caldas da Rainha, vai estar exposta a partir de Outubro na Bienal de Cerâmica de Aveiro.